Relação entre os Acordes e as Escalas Musicais
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Relacionar acordes musicais com escalas é uma prática essencial para músicos que desejam entender as conexões harmônicas e improvisar de maneira fluida. Essa relação é uma das bases para a criação e a compreensão de progressões harmônicas, arranjos e solos. Vamos explorar os conceitos fundamentais para entender como esses elementos musicais interagem, abordando como construir acordes a partir de escalas e como usar escalas para se conectar a acordes em uma progressão.
1. Entendendo as Escalas Musicais
Uma escala musical é uma sequência de notas ordenadas por intervalos específicos. Cada tipo de escala possui uma estrutura particular de intervalos que define seu som e suas características, como a escala maior, menor, pentatônica, entre outras. A escala mais comum é a escala maior, composta de sete notas organizadas pela seguinte sequência de intervalos: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Por exemplo, a escala de Dó maior é: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó.
Cada escala é associada a um campo harmônico, ou seja, um conjunto de acordes que podem ser formados a partir das notas dessa escala. Para a escala de Dó maior, o campo harmônico é composto por acordes como Dó maior, Ré menor, Mi menor, Fá maior, entre outros.
2. Construindo Acordes a Partir das Escalas
Para construir acordes a partir de uma escala, pegamos notas específicas da escala e as tocamos simultaneamente. A maneira mais comum de construir acordes é usando empilhamento de terças — ou seja, selecionando notas que estejam a intervalos de terça umas das outras.
Por exemplo, ao empilhar terças na escala de Dó maior:
- Dó (I), Mi, Sol formam o acorde Dó maior (C).
- Ré (II), Fá, Lá formam o acorde Ré menor (Dm).
- Mi (III), Sol, Si formam o acorde Mi menor (Em).
Esses acordes resultam no campo harmônico maior de Dó, que é: C, Dm, Em, F, G, Am, Bº. Esse campo harmônico pode ser usado para tocar músicas em Dó maior, já que todos esses acordes pertencem à tonalidade e soam bem juntos.
3. Relacionando Escalas com Acordes
Para cada acorde em uma progressão, existem escalas que combinam bem e ajudam a criar uma base para improvisação ou arranjos. Vamos ver como algumas escalas podem ser usadas para complementar acordes específicos:
Acordes Maiores
Para um acorde maior, a escala mais comum é a escala maior correspondente. Por exemplo, para o acorde C (Dó maior), a escala de Dó maior é a escolha mais básica. Outras opções incluem:
- Escala maior da tônica (ex.: C para o acorde C).
- Escala pentatônica maior da tônica, que utiliza cinco notas da escala maior, oferecendo um som menos complexo e bastante usado em improvisos.
Acordes Menores
Para acordes menores, usamos escalas menores. No caso do acorde Am (Lá menor), as escalas compatíveis incluem:
- Escala menor natural (A menor no caso de Am).
- Escala pentatônica menor.
- Escala menor harmônica ou menor melódica podem ser usadas para adicionar um toque mais sofisticado.
Acordes Dominantes
Os acordes dominantes (como G7 no campo harmônico de Dó maior) possuem uma sonoridade tensa que pede uma resolução. Eles podem ser acompanhados por:
- Escala mixolídia (escala maior com a sétima menor), que se encaixa bem por dar uma tensão moderada.
- Escala de blues ou escala pentatônica maior, principalmente em estilos como o blues e o rock.
Acordes Meio-Diminutos e Diminutos
Esses acordes têm uma sonoridade única e podem ser acompanhados por escalas específicas:
- Escala locria para acordes meio-diminutos, como o Bm7(b5) na tonalidade de Dó maior.
- Escala diminuta para acordes diminutos, que é uma escala simétrica, ou seja, que possui uma sequência alternada de tom e semitom.
4. Progressões Harmônicas e Uso de Escalas para Improvisação
Para improvisar sobre uma progressão harmônica, uma das abordagens é pensar na escala geral da tonalidade (escala maior de Dó, por exemplo) e usá-la como base. No entanto, uma abordagem mais sofisticada é mudar a escala de acordo com o acorde que está sendo tocado, adaptando a escolha de notas para cada acorde individualmente.
Por exemplo, numa progressão como C – Am – Dm – G, podemos:
- Usar a escala de Dó maior durante o acorde C.
- Passar para a escala de Lá menor durante o acorde Am.
- Usar a escala de Ré menor ou Dó maior para o acorde Dm.
- Para o acorde G (dominante), podemos usar a escala de Sol mixolídio.
Essa alternância de escalas oferece variação melódica e cria um movimento harmônico mais interessante.
Conclusão
O relacionamento entre acordes e escalas é fundamental para uma abordagem mais rica e intuitiva da música. Saber construir acordes a partir das escalas e entender quais escalas se encaixam em diferentes acordes proporciona ao músico uma grande liberdade de criação e improvisação. Praticar esses conceitos, usando tanto as escalas de uma tonalidade quanto escalas individuais para cada acorde, é essencial para desenvolver um ouvido harmônico e melódico mais apurado.
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